Todo dia nos deparamos com uma nova dieta da moda, em revistas, sites e programas de televisão, com recomendações mirabolantes sobre o que comer e não comer. Diversos alimentos e algumas práticas recomendadas nesses planos alimentares são realmente benéficos, mas nenhuma dessas dietas é ideal para a grande maioria das pessoas. Uma classe que está crescendo cada vez mais em popularidade é a de controle de macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras). Com base num artigo recente lançado na revista Nutrition, dos EUA, hoje quero explicar um pouco sobre uma das mais populares dietas de controle de macros, o que faz sentido nela, e por que mesmo assim não vale a pena investir. Vamos lá?
Baixo teor de carboidratos, alto teor de gorduras: a dieta cetogênica, ou keto
A dieta cetogênica, ou em inglês, ketogenic diet (nome que gerou o apelido keto), emprega uma alimentação alta em gorduras (no mínimo 70%) e bastante baixa em carboidratos para criar um estado de cetose, onde a gordura é queimada para gerar energia — é daí que vem o nome “cetogênica”. Ela foi criada na década de 1920 para ajudar pacientes no tratamento de epilepsia, mas hoje é utilizada por diversas pessoas que desejam queimar gorduras e emagrecer.
A dieta keto tem efeito no organismo e ajuda sim na perda de peso, também ajudando a diminuir a fome de algumas pessoas. O problema é que essa maneira de alimentação possui diversos efeitos colaterais, como halitose, dores de cabeça, constipação, cãibras, entre outros.
Além disso, quando estamos falando em longo prazo, alguns estudos também apontaram que há um aumento no risco de mortalidade na dieta cetogênica — não só nessa, mas em todas aquelas de baixo teor de carboidratos. Para pacientes que não apresentem um quadro de epilepsia, não há benefício em manter o estilo de vida keto por um longo tempo, e sim, com o devido acompanhamento nutricional, tratar a dieta cetogênica como um “caminho” até uma dieta ideal.
Mas qual a dieta ideal? A resposta pra isso é um tanto simples. A dieta ideal é justamente aquela que considera todas as suas necessidades, para mitigar e evitar qualquer efeito colateral e complicação. Além disso, uma boa dieta não é fixa, e muda seu balanço de nutrientes conforme muda o seu estilo de vida, necessidades e objetivos, a fim de permanecer segura, relevante e com resultados durante toda a sua vida. Com a alimentação correta, é possível sentir-se satisfeito sem precisar trilhar nenhum caminho mirabolante. Procure um nutricionista e mantenha-se atualizado sobre o que é melhor para o seu corpo. Sucesso!